segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

.Olhos. Eu olho. Tento te ver mais não sei para onde olhar.
.Se de olhos fechados eu te vejo, o que será que estarei vendo?
.Ao abri-los, te procuro. Para onde estará olhando?
.Eu olho para o nada, e não vejo o que você vê.
.Por um momento gostaria de saber, o que fazem teus olhos a se perder.
.Não que minha visão seja acromática, mas na mesmice não vejo cores.
.Não, não tenho daltonismo. Mas se meus olhos vêem em vermelho, você é carmesim.
.Se me olha quando não te vejo, espero que veja o que realmente sou.
.Se pensas que ninguém puramente te enxerga, o que direi eu de mim?
.Se ao me olhar eu me calo, ao te olhar você sorrir.
.Pode não olhar o que olho, ver o que vejo, mas há algo que ver em mim.
.Se meus olhos perto aos teus não submergem,
em linha reta ou curva, frente a eles então se perdem.


Esse era pra ter sido posto ontem.
Porém não tinha achado muito bom.
Mas é um meu poema de fim de ano.

E se foi.
Mais um ano.
o/

sábado, 29 de dezembro de 2007

Me Pergunte Então.

.Me pergunte então. Se eu estou bem.
.Eu estou bem. Mas e o que é a felicidade então?
.Você não sabe me responder? E se tiver uma resposta, pronuncie ela.
.Eu tenho medo. Tenho medo de não saber o que esperar do meu próprio anseio.
.Isto sim, pode ser um defeito. Mas... e o que isto importa?
.O que isto importa, quando somos humanos.
.Eu tenho medo em não conseguir. Conseguir que alguém que também tenha, entenda.
.Eu tenho desejos, eu não gosto tanto de mim.
.Fecho meus olhos por anseios, alguém para mim, então, sorri.
.Eu sinto, eu vivo, choro e riso, eu tenho.
.Eu escuto, eu falo,respiro e olho, sente algo com meu tato?
.Eu tenho medo. Eu erro também. Mas afinal, o que isso tudo haver tem?
.Você me perguntou novamente. É. Estou bem.
.Tenho coragem, de me levantar após cair.
.Posso ter anseio. E medo. Mas posso errar em desistir.
.Me pergunta novamente. está bem.
.Você, tem medo?. Sim. Tenho. E não é um defeito. Da vida é um efeito.
.Mas então, você está bem?.
.Estou. Eu estou bem. Mas sabe o que é?
.Eu quero ser feliz. Então. Sabe o que é ser feliz?

Eu não fui.
Dessa vez eu fiquei.
;]

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Ausência

.Ausência
"Por muito tempo achei que ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém rouba mais de mim.

Poisé
^^

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Era uma vez...

. Sempre uma história deveria começar assim. Deveria ser sempre algo há ser sonhado, idealizado, como um conto. Mas nunca nem mesmo vi fadas. Quem sou eu. Havia um garoto. Tímido, calado, seu silêncio ser quebrado por ruído, era raro. Não tinha muitas lembranças do pai. Na figura materna, via o feminino/masculino de uma mãe-pai. Era sua divindade. Por muitas vezes prepôs como sua existencialidade. Não tinha amigos. Não pela sua pessoa. Jamais. Coração tão pueril e gentil que não lhe era necessário nada mais. Mas o ser humano é Humano. Tende a ter medo e ir contra aquilo que não compreende, ou mesmo aquilo que não segue a "normalidade" já gravada como existente, e assim por si uma corrente, que sempre deve ser seguida. E quem ir contra, não merece a vida.

.Voltemos ao garoto. Ele está crescendo sim. começa a descobrir sentimentos. Por isso mesmo os joga fora. Mesmo convivendo em um mundo que insiste pregar o termo "sociedade", la estava ele, sozinho. Ele caminhava na praça lotada. Ele sozinho andava. Vozes em seus ouvidos chegava. De sua boca não saí-a ao menos uma palavra. E assim a criança crescia. Mas quem poderia notar, alguém que em uma vida em morte, é só mais uma alma viva. Sua mãe trabalhava dia e noite, noite e dia. Ela para ele vivia. Porém algo ela não percebia. Que o menino jovem criança crescia.
Ele crescia. E ele enxergava, a vida. Ele não falava, mas todas palavras entendia. Ele por muito pensar se enfurecia, e mesmo quando nem isso fazia, tudo que lhe ocorria, ele entendia. dessa forma, mais uma história surgia...

Era Uma Vez...
assim começava a primeira linha...

domingo, 23 de dezembro de 2007

Eu Não Sei. Eu Realmente Queria Saber.

.Mas em algum momento tarde da noite, quase ao adormecer, as idéias e os desentendimentos se dissipam e restam apenas as pessoas. E as pessoas naquele tempo não eram tão diferentes do que sempre foram e sempre serão ....as moças se apaixonam ... os homens e as mulheres sofrem sozinhos pelas escolhas que fizeram e os meninos confusos e cheios de medo, de amor e de coragem crescem silenciosamente enquanto dormem.

Enquanto uns dormem.
Eu me calo.
E o meu silêncio é raro.
E se foi.
o/

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Um Sentido Para a Vida

.Interessante pensamentos que nos rodam a mente. As vezes penso, as vezes nem preciso, vai por instinto, vai de consenso. Já pensou nos contos de estrelas cadentes? Já fez pedido há uma, correu atrás ou mesmo pensou em pegar alguma? Imaginemos esse céu azul em dia ensolarado. Peguemos uma estrela então (elas sempre estão lá.. mesmo que não vejamos.. talvez seja porque nem nos esforçamos pra ver), façamos um desejo. Não, mais que isso. Um desejo por dia da semana. E a cada dia o desejo feito no dia anterior se desfaz.

.Na segunda, desejamos ser cegos. Por um dia não veríamos nada a não ser a escuridão. Escuridão? não, não acho isso, na verdade veremos a nós mesmos. Aglomerado de dúvidas, medos, angústias e anseios. Talvez quem sabe, aprenderíamos a conviver com isso o tempo todo, sem ser necessário buscar algum refúgio ou porto seguro pra desfrutar tais sentimentos. Enxergaríamos tudo que temos ao nosso redor, e talvez assim descobriria-mos que temos tudo que precisamos pra viver. Temos tudo.

.Na terça, decidimos ficar surdos. Aprender a escutar o que a vida fala pra gente, não em palavras ou pensamentos, mas de formas e momentos, não deveria ser uma forma de aprendizagem, mas sim uma forma de viver. Saber entender cada momento sem ser necessário palavras para isso. Olhamos para os lados(aprendemos a ver no outro dia lembra?) e tudo está a nossa volta. Não precisamos ouvir, basta ver e entender. Não precisa escutar, basta você olhar. Viu, está começando a saber viver.

.Na quarta, ficamos sem o olfato. Parece brincadeira mas nem todo mundo lembra disso. A importância talvez? Não sei, difícil fazer anáforas ou metáforas, talvez aprendesse-mos a diferenciar mais o certo do errado. O que nos é benéfico, ou que nos é maligno. Seria melhor não ter tanto medo de arriscar o desconhecido, temer o incerto, porque senão qual a graça de viver e não ter vivido, de que escolher é certo.

.Na quinta, perdemos a voz, perdemos o falar. Apesar do desespero inicial, percebemos que não precisamos usar de palavras para nos fazer-mos ser entendidos. Concordo com a idéia de que as palavras são um dom, e que elas tudo podem. Mas não precisamos de palavras para explicar, para auto-dizer ou se descrever, nem para conversar. Se realmente aprendemos a ver e escutar, sabemos agora que podemos falar todo o necessário nesse estado, que em certos momentos, podemos dizer tudo o queremos dizer e ouvir o mesmo, sem ao menos ser dita uma palavra sequer.

.Na sexta, ficamos sem o tato, sem os movimentos. Percebemos o quanto o encontro de dois corpos pode ser frio, pode ser inerte. O ser humano por muitas vezes acha que sem os movimentos, fica sem a vida. Viver dependendo dos outros, viver e não poder desfrutar da vida. A vida tem várias formas, vários caminhos. Não vou falar muito sobre isso. Me lembra um filme e uma história real. Mar Adentro, vejam e me falem. Talvez ao perder os movimentos, perder o tato, conseguimos entender a pureza e a magia no tocar. Saber como pode fluir o desejo, a pureza, a quietude ou voracidade, tudo em um simples toque.. como tudo isso pode mudar uma pessoa.. como um simples toque pode mudar a alma.. como um simples toque pode fazer falta.

.No sábado, não teremos mais paladar. Mais acima do que perder o prazer sagaz em embriagar sua voracidade, ou apreciar o efeito empírico produzido pelo pronunciamento de certas palavras e dizeres, ganharemos um poder letal. Um poder de talvez ferir alguém, de forma que jamais faríamos, de momentos que jamais repetiríamos. Mas assim, o "pensar" viria sempre antes do "falar". Sem o paladar, um medo se faria sobressair. Algo que jamais, no nunca poderia existir. O medo de nunca mais saber qual seria o gosto de um beijo. Assim quem sabe, os daríamos mais valor... assim quem sabe.. os daríamos por amor.

.O domingo, finalmente o domingo. Após viagens insólitas, de momentos sublimes, de momentos "sem momentos". No último dia, saturados e sem mais o que desejar, perdemos algo que não percebemos, perdemos o sentido de Sentir. Perdemos o sobrenatural, o além, o achar e duvidar, o aquém, o natural, o amor. Como viver ser poder sentir nada? Talvez criar outras formas de viver, talvez uma forma para isso esconder, achar que da para lutar, ocultar ou evitar. Eu aqui falo: Descartes você é um FANFARRÃO. Como dizer que "se penso, logo existo" e não completar com "se algo sinto, logo então vivo estou". Nessa semana fictícia, fizemos tudo isso. Na minha vida inteira, quero lembrar ao partir, que ao tudo deixar, tudo eu vivi, e principalmente senti. Tudo isso, foi o que eu pedi. Uma estrela cadente eu vi.

. Eu quero...

E não se Vá.
_o\

domingo, 9 de dezembro de 2007

Almas Livres Buscando Sonhos Impossíveis

Engraçado é o mundo, e irônico se faz a vida. Quanto mais vivemos, mais deixamos de viver. A cada dia uma metamorfose, uma antíntese, uma parábola racional de uma realidade abstrata. Estes últimos dias tem sido bem comum me encontrar perdido na prolixidade, me pegar pensando no nada. Aliás, engraçado o termo de certas palavras as vezes. É costume dizer "pensando no nada". É claro que algo a gente está a pensar nessas horas.. e eu penso muito.. em que? talvez, assim, quem sabe, eu não sei. ;] . Sim, sim, penso "naquilo" sim, não da forma constante de outrora, mas da forma natural como de agora. Penso várias coisas, que de tanto pensar, as vezes acabo por esquecer.

Não tenho nada muito a declarar, só a fazer pequenos relatos do dia. Acordei cedo hoje, em um domingo, coisa que não me ocorria ha sabe-se lá quanto tempo. E vi que não estava a perder muita coisa. Pelo menos não das coisas inúteis da vida. Podia ter feito do meu dia algo bem melhor. Mas faltou ânimo para mudar. Me ocorreu uma coisa singular hoje. Tive um daqueles momentos empíricos de pura exaltação da minha emotividade subjetiva. Um simples segundo que atingimos um estado de nitidez e mansidão de espírito únicos, onde vemos a clareza e "surrealidade" de tudo. Tudo isso ocorrendo de forma espontânea e natural. Diria que em outros tempos, ou mesmo em presentes abstratos, eu escreveria e transformaria em vida, tudo o que vi e pensei em sonhos. Mas, não, agora, talvez, outrora.

Semana difícil será a minha. A semana de ninguém é fácil. Estar vivo é saber encarar isso. Já estou conformado com o que pode vir pela frente. Final de ano a cada dia e segundo mais perto. E o que fazer se mostra cada vez mais incerto. O mundo está girando, e as pessoas nele estão mudando. O que há de ser de mim agora que mais um ano chega ao fim?! o0

E se Vá. o/

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

"É mesmo meu caro Cazuza..."

Hoje o dia era pra ser mais um como estes das últimas semanas. Corrido, chato e cansativo. Estou tentando preencher toda a minha carga horária de prática jurídica na faculdade. Passei manhã toda assistindo ou tentando assistir audiências. Porém, ao voltar pra casa o sentimento ocorrido era outro. Prestei atenção em vários detalhes no dia hoje. Coisas que sempre acontecem, em todo e qualquer canto do mundo. Mas hoje eu saí de casa, e hoje eu vi a vida.

Hoje, sim hoje, eu vi que de nada adianta passar um dia todo em casa, uma semana, uma vida. Não adianta ficar pensando o quanto triste ou chata pode ser a vida, e achar que "tudo", ou nada, acontece com a gente. Hoje me levantei, sai e vi... vi um trânsito intenso na cidade.. vi corredores lotados de pessoas querendo resolver seus litígios e situações, buscando seus direitos.. vi o quanto pessoas podem "usar da personaldiade humana" para conseguir dinheiro ou "seu direito" em cima de outras pessoas.. vi a diferença entre um advogado velho, sem sucesso, talvez com uma vida fracassada, que precisa "buscar em outros" alguma direção ou sentido.. vi dois juízes novos, porém extramamente inteligentes, espontâneos, que apesar de tudo, não perderam a humildade e o jeito simples e por que não feliz de viver... vi vários detalhes e defeitos de personalidade.. e isso mesmo sem querer.

Enfim, voltei pra casa, achei que já tinha sido suficiente o dia. Mas não estava certo. No caminho de volta reparei em um casal que vendia bananas fritas, reparei na relação de trabalho que havia numa lanchonete que parei para comer, vi a "tensão" presente num acidente de trânsito, um simples segundo de descuido que pode valer a vida inteira.. um simples segundo.. um simples segundo que talvez tenha sido a salvação ou não, para uma senhora sentada do banco da frente junto com seu filho, que dirigia atordoado, mas com lúcidez o suficiente para saber que não poderia perder muito tempo naquele trânsito nada "fluente" que se encontrava nas ruas. Espero que ele tenha conseguido. Espero que ela tenha conseguido. É cazuza.. a vida não para.. por mais que tenha-mos nossos problemas, por mais que passemos o dia trancados em casa ou perâmbulando pela rua.. a vida não para.. e por nada devemos achar isso. A vida continua. o/

E se Vá. o/

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Uma Filosofia Utópica

Ta ta.. eu sei.. é uma música do Los Porongas. Aliás, engraçado que quando começamos a gostar de uma banda, sempre nos identificamos com uma música, uma faixa que não é tão popular, ou mesmo que eles não toquem muito. estranho isso... ;]

Mas considero isso mas que só música, só rimas ou poemas. Faz bem interpretar de forma bem mais que um simples música. Afinal, por que simplesmentes não vivemos como o sol, dia após dia raiando no céu, não importa o dia anterior. Por mais que esteja nublado o tempo, sabemos que o sol está ali, bem ali atrás, só esperando novamente seu surgir. Quando há uma tempestade, sabemos que ele vai fazer sua reaparição majestosa e irar levar tudo aquilo que a tempestade trouxe.

Devería-mos viver sempre assim, aprendermos a lidar com as dores e perdas, queimá-los dentro de nós, e despertar para um novo dia. Viveria-mos bem melhor, se aprendessemos que indiferente de qualquer coisa que aconteã no "nosso mundo", o dia vai surgir amanhã, e o sol irá brilhar da mesma forma. Ele sempre brilha pra todos. Todos os dias. Todo dia há algo que pode brilhar pra gente.

O refrão da música é tudo que há. "Tudo o que não me interessa agora, eu jogo fora, como o sol. E se vai.. como o sol." Talvez em vez de escrever e rodar por todas as palavras acima, fosse mais fácil ir ao óbvio e simplesmente intendível frase do refrão. É difícil saber o que jogar fora. Mas eu tento dia-a-dia fazer isso. Eu sei o que não me interessa agora. E se Vá. o/
No Nada Tudo se Diz.

Todo fim na verdade é uma concepção diferente para um início. Hoje eu início uma coisa nova, pelo menos para mim. Hoje pelo menos dou vida, há algo que ja vivia, sim, vivia sim. Não pretendo chamar a atenção, ou muito menos só querer mostrar opinião. Acho que é só vontade escrever, pensar e viver.
Considero aqui um lugar para pensar, talvez refletir, na verdade mais consentir idéias, raciocínios, enfim, indo pra uma linguagem mais pueril, prentendo falar do que for conveniente, seja cultura, música, as artes em qualquer de suas formas de reprodução, do dia-a-dia, do que acontece na nossa vida a frente, o que acontee escondido em mente. Faço isso mais por mim, tinha gente que queria que eu fizesse isso (sim..tinham.. acreditem please).
Digamos que isso foi um epílogo, não vejo necessidade de falar mais nada por hoje. Final de ano está aê.. traz sempre esse espírito de plenitude em paz.. chuvas que lavam a alma... sempre fazem bem. Va la fora tomar uma banho de chuva. É melhor do que se sujar na poça seca depois.


E se Vá. o/